sexta-feira, 17 de novembro de 2017

The Man Who Knew Too Much - Tiago Marques

Cinema Sem Lei: Qual é o teu filme favorito?
Tiago Marques: A clássica pergunta. Sem dúvida o Rei Leão. Foi um filme que marcou a minha infância. Tento ver pelo menos uma vez por ano e nunca falta aquela lágrima no canto do olho

CSL: São raríssimas as pessoas que respondem um filme de animação. Qual foi a cena que mais te marcou no filme?
TM: A morte de Mufasa obviamente foi a cena que relembro como o momento de cinema mais intenso que vivi na minha infância. Mas qualquer cena do filme me toca, já sei os diálogos todos de cor e como e óbvio as músicas. E como qualquer clássico da Disney e extremamente bem animado.

CSL: Muitas pessoas não têm noção do trabalho por trás de um filme de animação. A animação é considerada muitas vezes um género menor ou, pelo menos, para crianças. Imagino que não concordes com isto, mas achas que tens resposta para me dar? Ou consideras que este estigma não existe?
TM: Existe, existe. A maioria das vezes conteúdos de animação têm como target as crianças, mas não é por isso que deixam de ser grandes obra primas. O Rei Leão (juntamente com toda essa era Disney) é um grande exemplo de como um filme infantil tem tudo o que tem um filme para adultos. A narrativa do Rei Leão é até baseada no Hamlet de Shakespeare.

The Lion King (1994)

CSL: E, supostamente, um plágio de um filme japonês. Mas isso é outra conversa. Saindo da animação, qual é a tua relação com o cinema? Estudas cinema ou outra arte? 
TM: Sempre fui grande interessado em cinema. Cheguei a estar no curso de Cinema um semestre, mas acabei por mudar para Multimédia em Belas Artes, onde estou agora. Sempre vi muitos filmes e continuo com o hábito, acho que não há nada melhor que nos perdermos noutro mundo durante 2 ou 3 horas.

CSL: Vais cim regularidade ao cinema ou ficas mais pelo filme no computador?
TM: Faço os dois, tento ir semanalmente ao cinema e passo serões em frente ao computador.

CSL: O que te leva a ir ao cinema. A obrigação de ser semanal ou tens mesmo interesse em todos os filmes que vais ver?
TM: Adoro ir ao cinema, intensifica imenso a experiência que é ver um filme. Obviamente que tenho interesse em vê-los. Mas admito que já vi filmes péssimos no cinema só porque já tinha visto tudo o que era bom do cartaz.

CSL: Achas que o cinema está a morrer? Cada vez mais os realizadores estão a mudar para a televisão ou, mais concretamente, para as séries que depois são vistas em computadores.
TM: Acho que não. Acho que o cinema está mais vivo que nunca. A evolução da tecnologia está a dar uma oportunidade a qualquer pessoa de fazer um filme. E acho que a televisão (séries) está cada vez mais a ser o novo cinema - com séries como Black Mirror - e até se vêem realizadores conceituados a adorar este novo formato como David Fincher.

CSL: É exactamente por isso que estou a perguntar. Fincher e o próprio Scorsese já se viraram para as séries. A verdade é que hoje em dia se fala muito mais de uma série (Stranger Things, Game of Thrones, etc) do que de um filme. É porque as séries estão cada vez melhores ou porque o cinema está a perder público?
TM: Sim, as séries têm ganho bastante terreno. Acho que as séries estão de facto a ganhar qualidade (neste preciso momento estou a meio de Mindhunter e está a ser uma jornada no mínimo interessante), mas não acho que o cinema esteja a perder audiência, pelo menos vejo as pessoas da minha geração ainda extremamente interessadas sétima arte (posso estar enganado e ser apenas a comunidade em que estou incluído). No fundo acho que a televisão e os blockbusters continuam encher as salas de cinema, mas também é para isso que eles são feitos.
Acho que a televisão e o cinema estão cada vez mais parecidos. A grande coisa que os distingue é a narrativa ser dividida por episódios ou não.

CSL: Mindhunter, mais uma coisa com dedo de realizador de cinema. Se trabalhasses no cinema, em que área gostavas de trabalhar?
TM: Como quase todos os estudantes da área aspiro a ser realizador, mas tenho também um enorme interesse pela banda sonora.

CSL: Esse interesse pela banda sonora tem bases? Tocas ou compões?
TM: Sim, toco. O meu instrumento principal é bateria, mas toco minimamente bem piano, guitarra ou baixo e tenho, claro, as minha composições originais.

CSL: Tens algum compositor que admires particularmente? Que componha para cinema.
TM: Sim, adoro os clássicos motivos fortes do John Williams, ou dos ambientes tensos do Hans Zimmer e destaco ainda o peso dos sintetizadores de Trent Reznor.

John Williams

CSL: E se tivesses oportunidade de fazer a banda sonora para qualquer realizador à tua escolha, quem escolherias?
TM: Edgar Wright, acho que se adequaria ao tipo de música que crio.

CSL: Achas que é um realizador a seguir? Que daqui a uns anos pode ser uma referência?
TM: Acho que tem aspectos que são importantes. Já conseguiu estabelecer um estilo próprio e destacar-se ao ponto de ser adorado tanto pelo público como pelos críticos. Já é uma referência, pelo menos no que toca a comédia.

CSL: Por falar em comédias, achas que também é um género desvalorizado?
TM: Acho que tal como o terror é desprezado por ter uma maior quantidade de filmes de má qualidade.

CSL: Sugeres algum filme de terror ou comédia?
TM: Junto os dois num e aconselho o Evil Dead, que é um filme de terror e comédia. O antigo. Acho que saiu há uns anos um novo mas ainda não o vi.

CSL: Para acabar, escolhe:
- um filme que te emocionou
- um que te fez rir
- um que mudou a tua vida
- um que vale a pena rever todos os anos
TM: - La La Land
- Superbad
- American Beauty
- O Rei Leão

Tiago Marques 
20 anos
Licenciatura em Multimédia


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