terça-feira, 14 de agosto de 2018

O Clube Aberto de Woody Allen

É mais que certo que Woody Allen ama a morte num sentido especial: se desde pequeno que a realidade dela é dolorosa de enfrentar, o caminho mais correto será percorrer o provérbio “se não podes vencê-los, junta-te a eles” e utilizá-la como um mecanismo artístico e cinematográfico. Aposto que, tal como eu, Woody Allen se lembra do dia em que se tornou consciente da sua mortalidade. Para nós, sensíveis neste tema em particular, a vida nunca mais...

sexta-feira, 1 de junho de 2018

The Woman Who Knew Too Much - Mariana Reis

Cinema Sem Lei: Qual é o teu filme preferido? Mariana Reis: Não consigo reduzir os filmes que adoro num só. Tenho fases que se calhar me inclino mais para um ou outro... Mas talvez o Persona ou o A Clockwork Orange. CSL: Neste caso, o que é para ti um bom filme? MR: Um filme que me desafie mentalmente. Que me provoque, principalmente. Acima de tudo que faça sentir estranheza, num bom sentido. CSL: Então filmes do Lynch, Kubrick ou Nolan,...

sexta-feira, 25 de maio de 2018

The Man Who Knew Too Much - João Ricardo

Cinema Sem Lei: Quem é o teu realizador preferido? João Ricardo: O meu realizador preferido é o Tarkovsky. Adoro a forma como transmite tanta textura e poesia com as suas imagens CSL: Como descobriste esse realizador?  JR: Recomendação de amigos cinéfilos. CSL: Tarkovsky não é um realizador de fácil acesso. Que realizadores seguias antes de chegares a ele? JR: Antes de conhecer o Tarkovsky, via filmes daqueles grandes nomes que são...

sexta-feira, 18 de maio de 2018

The Woman Who Knew Too Much - Ana Filipa Ventura

Cinema Sem Lei: Começando com a clássica: qual é o teu filme favorito? Ana Filipa Ventura: O meu filme favorito é Persona, de Ingmar Bergman. Sempre que penso nisso vêm-me à cabeça muitos outros, mas acabo sempre por dar destaque a este. É inevitável, teve muita importância para mim. CSL: Como descobriste esse filme? AFV: Foi quase uma coincidência. Nunca tinha ouvido falar de Bergman até que vi por acaso Sonata de Outono na RTP2 e adorei....

domingo, 4 de março de 2018

Júri Cinema Sem Lei - Oscars 2018

O Cinema Sem Lei reuniu com os mais caros e prestigiados críticos de cinema desta página e fez uma votação para determinar qual o filme favorito desta edição dos Oscars. As regras foram muito simples: Foi atribuída uma pontuação de 9 a 1. Sendo que o filme preferido de cada pessoa recebeu 9 pontos, 8 para o segundo e, pronto, é fácil perceber o resto. Somados todos os pontos de cada filme (p.e.: Call Me by Your Name - 68), o valor foi dividido...

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Cinema Paraíso: Sara Resende - Bandas Sonoras

Muito depois de sairmos dos cinemas, se a banda sonora for boa, vamos ficar com ela na cabeça. Quem nunca começou a cantarolar do nada a marcha imperial do Star Wars? E o tema do Indiana Jones? E do Batman? E quantos de nós não ficamos com a voz do Ryan Gosling presa na cabeça “City of staaaaaaars” depois do La La Land? O cinema não é só apenas o que se passa no ecrã, é toda uma experiência sensorial para apreciar.  A banda sonora é um elemento...

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Plan 9 from Outer Space vs. The Room

Qual é o pior filme de sempre? The Room está novamente em alta depois de James Franco trazer The Disaster Artist para o cinema. Pareceu-me então pertinente tentar responder à pergunta "Qual é o pior filme de sempre?". E nada melhor do que uma breve análise pegando nos dois filmes que mais vezes levaram este rótulo: Plan 9 from Outer Space (1959), de Ed Wood e The Room (2003), de Tommy Wiseau. Argumento Plan 9 from Outer Space Extraterrestres...

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Review: The Disaster Artist (2017)

The Disaster Artist (2017) Confesso que quando comecei a ouvir falar deste filme pensei que seria mais uma comédia com o único objectivo de gozar novamente com The Room (2003). Não, nada disso. The Disaster Artist dá-nos outra dimensão de Tommy Wiseau, uma figura maior do que o seu filme. Se quisermos comparar podemos dizer que é um filme próximo ao Man on the Moon (1999), que retrata a vida de Andy Kaufman, um génio incompreendido. Não diria...

sábado, 6 de janeiro de 2018

Review: The Florida Project (2017)

The Florida Project (2017) The Florida Project é um retrato dos subúrbios americanos. Sean Baker, o mesmo realizador de Tangerine (2015) (o famoso filme que foi filmado com um iPhone 5) levou-nos novamente para o mundo que nos habituou.  Moonee (Brooklynn Kimberly Prince), uma criança de seis anos, maria-rapaz e líder do seu grupo de amigos, vive com a mãe, Halley (Bria Vinaite), num motel. Não existem regras, as crianças brincam sozinhas...

Review: Get Out (2017)

Get Out (2017) Get Out é o primeiro filme realizado por Jordan Peele, famoso por participar enquanto actor em comédias de qualidade duvidosa. É por isso de estranhar quando sabemos que um actor deste registo se estreia na realização com um filme de terror. Primeiro problema: o filme não é de terror. Sangue, duas ou três perseguições e jump scares não fazem de Get Out o que estavam a publicitar: "o filme de terror com melhor nota no Rotten Tomatoes"...

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Review: Mother! (2017)

Mother! (2017) É uma homenagem ao Rosemary's Baby, com pitadas de Misery e um bocadinho da Bíblia? Qual é o objectivo deste filme? Mother! é uma sucessão de coisas estranhas sem grande explicação. Se até meio reagimos com estranheza, com a expectativa de perceber tudo no fim, a meio percebemos que são apenas coisas a acontecer a grande velocidade, sem como nem porquê. A dada altura senti que estava a ver um filme para adolescentes, onde alguém...

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Review: Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (2017)

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (2017) Chegou a altura do ano em que vemos tudo o que está nomeado para os Golden Globes e, mais tarde, Oscars. Se o tédio matasse, há dois anos teria morrido três vezes ao escolher Joy como o primeiro filme desta lista. Por isso este ano decidi jogar pelo seguro e atribuir esta tarefa a Three Billboards Outside Ebbing, Missouri. O nome do filme pode não ser catchy, mas foi o do realizador que me saltou...